Você certamente já deve ter notado que boa parte das igrejas que surgiram nos últimos anos, voltadas para um público de classe média alta, sobretudo as que são abertas por algum cantor gospel que foi ungido a pastor, costumam ter uma ornamentação que lembram bastante uma casa de show.
Paredes pintadas de preto, luz estrobofóbica, canhões de led, telões de led, cortina de fumaça, são apenas alguns dos artifícios que fazem parte de igrejas contemporâneas, pensadas num público jovem e no viral.
Os antigos pulpitos de acrílico ou madeira, são substituídos por galões de óleo velhos e reciclados, a boa e velha salva é substituída por uma maquina de cartão de crédito.
Tudo o que foi citado a cima, faz parte da cultura de algumas igrejas australianas, como é o caso da Hillsong Church, que influenciou o mundo gospel com suas músicas, que costumam servir de inspiração para os compositores de música gospel brasileiros ha décadas.
Já no Brasil, quem importou esse padrão australiano, copiando mais uma vez o Hillsong, foi o cantor gospel André Valadão, presidente da Igreja Batista da Lagoinha.
O próprio André falou sobre isso durante uma entrevista ao The Noite. Ele contou que uma vez o seu pai precisou sair em viagem, e o deixou no comando da igreja. Foi ai que ele decidiu pintar o templo de preto e pronto, a partir dali, criava-se um novo padrão para as igrejas ligadas ao conglomerado Valadão, que logo seria imitado por muitas igrejas.
Veja a diferença:
Na imagem abaixo, a Batista da Lagoinha antes de ser pintada de preto, com uma ornamentação voltada para missões.
Na imagem abaixo, a cantora gospel Nívea Soares ministra em um culto normal recentemente.
Esse padrão se expandiu para todas as igrejas Lagoinha, que foram ramificadas em Orlando, Niteroi, e até a Before the Throne Church, da Ana Paula Valadão. Além disso, grande parte das filiais menores que vão surgindo, naturalmente seguem o mesmo padrão.
Seguindo a mesma proposta, encontramos várias outras igrejas.
Por Caio Rangel